Cinza
Tudo estava cinza, não fez o sol de Recife.
Também era cinza o vento frio que entrava pelas janelas do coletivo.
Tudo escuro.
E todos observavam o lerdo movimento da cidade.
Baixa e calma maré.
Pessoas esperavam a chuva que a muito a manhã anunciara.
As coisas aconteciam sem tomarem conhecimento
De que havia amanhecido um sábado de janeiro.
Finalmente veio uma fina chuva que, de tão fina,
Pouco desbotara os vidros do coletivo.
Deu-nos outra impressão do dia.
E, ao contrário do que se diz,
O cinza também acalma.
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