É, João
É, João
Realmente não dá pra saber
Quando vem ou não vem lancinante
A necessidade angustiante
De traduzir o que a alma quer dizer
É, João
Demorei pra entender o valor de uma canção
Cuja obrigação é ser
Pra que calar a voz do peito
Não é defeito ser urgente
Principalmente quando a luz é verdadeira (Sem jeito me permito indolente)
E nos permite olhar pra frente (Dialogar contigo impunemente)
É, João
Me ensina a criar sem temor
Pra que um dia eu também seja espelho e um dia eu também seja espelho
Meu samba será firme e vermelho
Da hemorragia incurável e indolor
É, João
Hoje sei respeitar o clamor do coração
Pra soltar a voz e cantar o amor
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