O meu país é uma arena gigantesca
Onde eu bebo água fresca nas cacimbas do sertão
Sou berranteiro, andarilho, sou matreiro
Sou peão, sou boiadeiro na poeira desse chão
E lá se vão 500 anos de galope
Não duvide que eu tope contar tudo que eu já vi
No meu cavalo por esse Brasil a fora
Eu passeio pela história, do Oiapoque ao Shuí
Eu vi chegando caravelas do futuro lá no meu Porto Seguro
Quando o sol trazia luz
Vi bandeirante atrás de ouro e diamante
Nos lugares mais distantes da terra de Santa Cruz
Andei nos Pampas, vi a Guerra dos Farrapos
E por um triz não escapo no meu ligeiro alazão
Vi Tiradentes, vi Antônio conselheiro
Lampião Índio guerreiro, padre Cícero Romão
Eu vi Zumbi, negro arisco dos Palmares
Ecoando pelos ares feito uma oração
De um cavaleiro, escutei um grito forte
De independência ou morte à beira de um riachão
Eu sou o tempo, fui eu quem mudou os ventos
Mas já são outros 500
Que vou contar noutra canção