Chuva caindo
Descendo chuvas de ouro
O meu olhar, no teu olhar se umedeceu
Nessa cortina transparente sob as nuvens
Brilhando por entre os raios
Do brilho dos olhos teus
A tua mão quando me afaga me falece
Parece até que as linhas dela me governam
E o calor que brota na curva da palma
Me corta frio na alma
E todas elas são eternas
E passo feito redemoinho no deserto
O meu peito está aberto
Para o bem de todos os males
Me vejo flor quando a abelha não se esquece
Que florando é que tece toda a beleza dos vales
E quando a aurora vem rompendo os meus sonhos
Alguma coisa dentro em mim acorda e leva
Ao crer que a vida possa envolve-la nos braços
Meu coração se agita e canta e se acelera
Serei bastante pelo bastante que tenho
Serei engenho a adoçar a primavera
Serei o orvalho matando a sede do pasto
Serei pasto pelos frutos que me esperam