Vivia numa casinha ao pé da serra
Muito longe desta terra
Uma cabocla bonita, Maria Fulô
Seus olhos eram tão meigos de catita
E as madeixas tão bonitas
Como jamais ninguém sonhou
E quando ela cantava
Os passarinhos,
Por entre as flores dos caminhos
Alegres, saudavam Maria Fulô
E assim vivia descuidosamente
Seu coração era inocente
Tinha a candura de uma flor
Jamais tivera uma sombra de tristeza
Gostava só da natureza
E não sabia o que era o amor
Porém, certo dia, um cavalheiro
Um moço rico, aventureiro
Viu a cabocla e lhe falou
E tantas juras ele fez que a coitadinha
Sonhou num trono ser rainha
E em seus braços se entregou
(repete a primeira estrofe)
O fim desse romance é muito triste
Uma tapera ali existe
Cheia de trepadeira em flor
E um viandante, por uma noite enluarada
Ainda ouve uma toada
Que lembra a história desse amor