Veja na beira da estrada a boneca rendada
Que "Zeca Mulato", um debochado
Deixou pelo amor de "Dona Leonor"
Relembre o ventre daquela, donzela, quimera
Porteira, gibão, firmando o mourão
Légua marcada na forte lembrança da amada
Vingança que manda um caso aumentado
Pra boca de um grande proseador
Herança da fala, cantada no Norte e no xote
Zabumba, calunga, galope, baião
Quem sabe se o fato contado não foi julgado
Lá no cangaço, no meio do mato
Na grande "Corte de Lampião"
Seria o retorno daquela conversa de macho
Cabeça e chapéu, punhal e "bisaco"
Angico plantado lá no coração
Premeditação...
O certo é que esse boato virou poeira
De tal maneira que o vento levou
A louca paixão do conquistador
Reprimiram o amor livre, num rebuliço
De bala, peixeira, corisco, maxixe
Sanfona e pedaço de manjericão