Milonga, pingo, laço e corda de guitarra
È vida, lida e farra - timbrando sonidos -
Zune a armada certeira quando um boi dispara,
Ressona um ponteio grave aguçando os sentidos!
As cordas na armada grande de um bordoneio,
Vão cortando o vento no céu do rincão
O pingo cinchando traz para o rodeio,
O boi refugador pra conhecer patrão!
O laço quando voa é a extensão do braço
E o guitarreiro voa ao braço do violão!
Milongueando tentos, trançando compassos,
Para vibrar no espaço a voz do coração!
O guitarreiro em ronda, proseia com o gado,
E o laçador solando boleia o bordão;
Quando cerra a armada, a ilhapa do acorde,
Parece que morde o garrão de emoção!
Uma corda arrebentada é um laço atorado!
É um vão no aramado onde desgarra o boi
Onde o som se perde, onde o tom precede
O acorde da ilusão que num tirão se foi!
Milongas e cordas acordam minh'alma,
No amadurecer das notas e dos redomões!
Apresilhando sonhos, pealando ânsias,
Dos mangueirões de estância à boca dos violões!