Peleja
Olha meu bem
Quem vem jantar
Também, eu sei
É a fome
De quem não tem nome
A aridez
Do que vive
Já não irriga seus sonhos
Seus sonhos
Vai à peleja
Pisando o chão
Tateando a vida
Indagando a direção
Tarde é o viver
Que já sofreu
Tanta privação
É o sufoco, o degredo
Que faz lançar ao céu
O olhar
Bradando perdão
De coisas que nunca fez
Vem ao jantar, se ilude
Com a usina de promessas
A cena é real
Mas está fechada
Para os bobos, para os tolos
Do banquete só os lobos se fartam
Olha, meu bem
Quem vem jantar
Também, eu sei
É a fome...
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